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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nem tudo que reluz é ouro.


O autor paulista José Luis dos Santos, em seu livro “O que é cultura”, publicado pela editora brasiliense, tendo sua primeira edição lançada em 1983, narra a importância da cultura na evolução, transformação e criação de uma identidade própria dos mais diversos grupos sociais.
      O estudo da cultura e sua diversidade contribuem para que cada grupo acabe respeitando as demais manifestações culturais. Combatendo o preconceito e o distanciamento provocado pelo mesmo. O autor também levanta uma questão importante, o porquê da variação das mais diversas expressões culturais e qual o sentido dessa variação. Também comenta a tentativa de hierarquizar as mais diferentes culturas, tendo como base uma visão eurocêntrica, onde as tribos brasileiras, por exemplo, seriam classificadas como “selvagens” enquanto o próprio europeu seria classificado como “civilizado”, o mais alto nível hierarquia. O que acabava contribuindo para justificar a superioridade europeia e seu domínio, numa visão racista e etnocêntrica.
      O autor aborda o conceito cultura de uma forma genérica, como tudo que caracterize uma população humana, suas manifestações religiosas, seus ritos, suas músicas, sua forma de dominar a natureza. Algumas das características básicas de cultura foram utilizadas no século XIX, adotando uma visão laica de mundo social e que a cultura é o que nos diferencia dos demais animais: tudo que é humano é cultura. O seu estudo aprofundado serve tanto à interesses de unificar uma nação que politicamente não apresenta tal unidade, mesmo possuindo uma identidade cultural em comum, como a Alemanha do Século XIX, quanto o objetivo de explorar ou dominar sociedades que estão, segundo seu ponto de vista etnocêntrico, abaixo na escala da evolução social. Pois, não existe forma mais enraizada de dominação do que inserir, mesmo que através de processos conflituosos ou midiáticos, sua cultura numa determinada sociedade (língua, música, comportamento...). Cito, como exemplo, a obrigatoriedade do ensino da língua inglesa nas escolas (o dominando sendo “adestrado” pelo dominador). Conclui-se então, que cultura é a dimensão do processo social, da vida, de uma sociedade, sendo “um produto coletivo da vida humana”.
      Por mais sólidos que sejam seus argumentos para definir o que seja cultura, tanto erudita quanto popular, certa manifestações que para ele se classificam ou se rotulam como cultura, eu discordaria profundamente, é o caso, por exemplo, do movimento “Funk”, que recentemente foi “legitimado” pela Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro como sendo um movimento cultural. Como pode um estilo de “música” sem musicalidade, com letras carregadas de pornografia, apologia a facções criminosas, ao uso de drogas, a precocidade sexual, com “intérpretes” que sequer sabem cantar ser chamado de cultura? Esta “cultura” se enquadra melhor em artigos de nosso defasado código penal, e não na academia brasileira de letras. Mesmo sendo um traço social de um determinado grupo social (Bandidos, traficantes, presidiários, assassinos...). Nem toda definição reflete a realidade, nem todo conceito se adapta ao objeto estudado, Nem tudo que reluz é ouro.
      


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