(Resenha do Manifesto Comunista com algumas observações contemporâneas)
Elaborado por Karl Marx e Frederich Engels,
entre dezembro de 1847 e janeiro de 1948, foi publicado pela primeira vez
em Londres, entre fevereiro e março de
1848. Este documento histórico tinha apenas a intenção de ser um panfleto, a ser distribuído aos
operários da época.
Deixa explícito a eterna luta de classes
que existe desde os primórdios da sociedade ( tanto em nosso momento
contemporâneo quanto no período em que fora escrito). Não importa sua presença
em determinado período histórico, essa luta de classes sempre existiu e sempre
irá existir. Onde existir a presença do Homem, haverá níveis hierárquicos entre
esses indivíduos ( o OPRESSOR e o OPRIMIDO).
Os autores apontam no surgimento da
burguesia o fator que rompeu com os valores do período feudal como a
religiosidade, o entusiasmo cavalheresco e as relações naturais entre as
pessoas, instalando em seu lugar a simples, e ao mesmo tempo complexa busca por
lucros e vantagens, onde o ser humano
não vale mais do que possui.
As relações pessoais fora substituídas pelas relações de
produção. Os processos de guerras, conquistas e expansões são agora motivados
por um único fator, o econômico. Esse sistema acaba por traçar o destino do
planeta, regulando o número de guerras, mortes, escassez de alimentos e
distribuição de renda cada dia mais desigual, para se manter em constante
movimento, numa engrenagem perversa:
Produz – abastece – alimenta – financia e estimula o crescimento
produtivo e econômico – cria conflitos (guerras) – mata e destrói o sistema produtivo, de alimentos e energia –
aumenta a produção para abastecer as perdas desse mesmo conflitos - se estabiliza – volta a produzir...
A maior conquista dos trabalhadores é esta organização do proletariado em classes, e até mesmo, eles defendem, em
partidos políticos, o que, em minha
opinião ( forjada em 15 anos de experiência em atuação em movimentos
estudantil, sindical e partidário), nos dias de hoje os autores teriam que
reescrever este manifesto, talvez até chegariam a conclusão de que neste atual
contexto histórico, principalmente no
Brasil, a classificação da dezenas de siglas partidárias , registradas hoje no
Tribunal Superior Eleitoral, em sendo de ‘ESQUERDA” ou de “DIREITA” é precoce e
errônea.
Talvez chegassem à conclusão que o fator
que separa essas mesmas legendas partidárias é o fato de “ESTAREM” ou “NÃO
ESTAREM” no poder. E, sendo as organizações proletárias da atualidade (
Movimentos estudantil, sindical etc.) sendo meros tentáculos dessas
organizações eleitorais ( e eleitoreiras), sendo extensões de seus refrigerados
gabinetes, essas classes são utilizadas como massa de manobra. O espírito
revolucionário defendido de forma tão brilhante por seus autores, talvez tenha
sido morto pelo processo de evolução tão claramente explicado nesse manifesto
ou acabou sendo adaptado, onde as relações entre “OPRESSOR X OPRIMIDO” está perdendo seu foco
e os personagens estão em constante troca de papéis?
Com relação ao uso do proletariado pela
burguesia, os autores são explícitos, “ Em todas essas lutas, a burguesia se vê
forçada a apelar para o apoio do proletariado e arrastá-lo para a arena
política...” O que faz com que ela mesma forme seus próprios opositores.
Pode não ter sido o objetivo inicialmente
traçado por Marx e Engels quando se debruçaram sobre folhas em branco e
começaram a “dar a luz” a esse documento, mas hoje, o objetivo do proletariado
é se tornar burguesia, de oprimido para opressor, se não for de todo o
proletariado, pelo menos é o desejo de seus líderes. Usar a luta de classes
como um eficaz trampolim social.