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Esse é um espaço onde tenho o compromisso e a obrigação de colocar minhas opiniões para aprofundar os mais diversos assuntos, tais como análise político-eleitoral, resenhas de livros e filmes, entre outros, porque apenas com o debate, e a exposição de opiniões contrárias o ser humano pode chegar a suas próprias conclusões. aqui meu lema é: " Não escrevo o que querem ler, mas o que deve ser lido". tenha uma boa leitura, e fique a vontade para comentar.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Um olhar Contemporâneo Sobre a Utopia.

(Resenha do Manifesto Comunista com algumas observações contemporâneas)

 Elaborado por Karl Marx e Frederich Engels, entre dezembro de 1847 e janeiro de 1948, foi publicado pela primeira vez em  Londres, entre fevereiro e março de 1848. Este documento histórico tinha apenas a intenção de  ser um panfleto, a ser distribuído aos operários da época.
      Deixa explícito a eterna luta de classes que existe desde os primórdios da sociedade ( tanto em nosso momento contemporâneo quanto no período em que fora escrito). Não importa sua presença em determinado período histórico, essa luta de classes sempre existiu e sempre irá existir. Onde existir a presença do Homem, haverá níveis hierárquicos entre esses indivíduos ( o OPRESSOR e o OPRIMIDO).
      Os autores apontam no surgimento da burguesia o fator que rompeu com os valores do período feudal como a religiosidade, o entusiasmo cavalheresco e as relações naturais entre as pessoas, instalando em seu lugar a simples, e ao mesmo tempo complexa busca por lucros e vantagens, onde o ser  humano não vale mais do que possui.
      As relações  pessoais fora substituídas pelas relações de produção. Os processos de guerras, conquistas e expansões são agora motivados por um único fator, o econômico. Esse sistema acaba por traçar o destino do planeta, regulando o número de guerras, mortes, escassez de alimentos e distribuição de renda cada dia mais desigual, para se manter em constante movimento, numa engrenagem perversa:  Produz – abastece – alimenta – financia e estimula o crescimento produtivo e econômico – cria conflitos (guerras) – mata e destrói  o sistema produtivo, de alimentos e energia – aumenta a produção para abastecer as perdas desse mesmo conflitos -  se estabiliza – volta a produzir...
      A maior conquista dos trabalhadores  é esta organização do proletariado  em classes, e até mesmo, eles defendem, em partidos políticos,  o que, em minha opinião ( forjada em 15 anos de experiência em atuação em movimentos estudantil, sindical e partidário), nos dias de hoje os autores teriam que reescrever este manifesto, talvez até chegariam a conclusão de que neste atual contexto histórico,  principalmente no Brasil, a classificação da dezenas de siglas partidárias , registradas hoje no Tribunal Superior Eleitoral, em sendo de ‘ESQUERDA” ou de “DIREITA” é precoce e errônea.
      Talvez chegassem à conclusão que o fator que separa essas mesmas legendas partidárias é o fato de “ESTAREM” ou “NÃO ESTAREM” no poder. E, sendo as organizações proletárias da atualidade ( Movimentos estudantil, sindical etc.) sendo meros tentáculos dessas organizações eleitorais ( e eleitoreiras), sendo extensões de seus refrigerados gabinetes, essas classes são utilizadas como massa de manobra. O espírito revolucionário defendido de forma tão brilhante por seus autores, talvez tenha sido morto pelo processo de evolução tão claramente explicado nesse manifesto ou acabou sendo adaptado, onde as relações entre  “OPRESSOR X OPRIMIDO” está perdendo seu foco e os personagens estão em constante troca de papéis?
       Com relação ao uso do proletariado pela burguesia, os autores são explícitos, “ Em todas essas lutas, a burguesia se vê forçada a apelar para o apoio do proletariado e arrastá-lo para a arena política...” O que faz com que ela mesma forme seus próprios opositores.

      Pode não ter sido o objetivo inicialmente traçado por Marx e Engels quando se debruçaram sobre folhas em branco e começaram a “dar a luz” a esse documento, mas hoje, o objetivo do proletariado é se tornar burguesia, de oprimido para opressor, se não for de todo o proletariado, pelo menos é o desejo de seus líderes. Usar a luta de classes como um eficaz trampolim social.