“Uma
grande civilização não pode ser conquistada até que tenha se destruído por
dentro.” Essa frase, do historiador norte-americano William James Durant (5 de
novembro de 1885 – 7 de novembro de 1981) resume por si só essa produção do
cinema, lançado nas telas brasileiras em 26 de janeiro de 2006, dirigido pelo
ator e diretor Mel Gibson.
Narra
uma história que tem como cenário a Península de Iucatâ (Estende-se pelo atual território do México, Cuba e
Guatemala) Antes da colonização espanhola e durante a civilização Maia ( já em
decadência).
Um
dos personagens em destaque é o nativo Jaguar Paw (interpretado pelo ator
nativo americano e texano Rudy Young Blood), um integrante de uma comunidade
rústica, filho do líder de sua aldeia e um especialista na arte da caça.
Utiliza-se de ferramentas moldadas pela própria natureza, como folhas, galhos
de árvores, e até mesmo o veneno extraído da pele de um sapo para tornar suas
zarabatanas em armas mortais. Sua “tribo” tem uma estrutura social bastante
simples e primitiva, (aos olhos de nossa visão contemporânea). Vive numa
comunidade pacífica, Com sua crença religiosa baseada nos espíritos defensores
da natureza. Sua história, suas raízes e seus costumes passados oralmente,
contadas pelo ancião aos mais jovens. A “posse” de seu vasto território é
justificada usando-se de sua ancestralidade (seus antecedentes que ali
habitavam desenvolvendo suas atividades como a caça, a pesca etc, e, que seus
descendentes perpetuarão essa tradição).
A
pacata comunidade de Jaguar Paw acaba sendo atacada, dominada, capturada e
escravizada por uma tribo desconhecida, com uma organização social mais
elaborada e deuses mais exigentes que os seus*.
Armas
de metal, vestimentas mais ornamentadas, cidades com construções mais bem
elaboradas e já com o uso de pedra para erguer seus templos e palácios. Esse
povo, que segundo o filme, seria a civilização Maia, passava por uma série de
dificuldades como doenças, seca e plantações destruídas que eram atribuídas a fúria
dos seus deuses.
Parte
dos conterrâneos de Jaguar Paw foi comercializada como escravos, pois seus
raptores não os viam como pertencentes ao seu grupo social, sendo
inferiorizados, outros, inclusive nosso herói, foram escolhidos para uma função
mais nobre e digna de legítimos guerreiros, aos olhos de seus carrascos, que
seria de amenizar a ira dos seus deuses para que o liberassem dessas duras
mazelas.
O sacrifício
humano seria usado para que seus deuses lhe devolvessem a prosperidade. No
entanto, momento de um dos sacrifícios ocorreu um eclipse solar, que foi
interpretado pelo sacerdote como a satisfação divina, liberando os demais.
Todavia, para que sua liberdade fosse devolvida, teriam que sobreviver a uma
última aprovação. Vários companheiros do nosso herói foram mortos, mas ele
sobreviveu, e mesmo perseguido, voltou para sua floresta e para sua família bem
a tempo de testemunhar a chegada em seu litoral de estranhas naves, os europeus**.
Com uma conjuntura fragmentada da sociedade pré - cabralista não foi difícil
esses “extraterrestres” dominarem suas terras, tornando o verdadeiro paraíso
num inferno de guerras mais bem armadas e elaboradas e deuses cruéis, mas isso,
é uma outra história. Fim?