Hoje, dia 28 de fevereiro de
2012, foi publicado no jornal Extra, na
página 15, uma entrevista com o atual presidente estadual do PMDB do Estado do
Rio de Janeiro Jorge Picciani.
Entre mágoas não resolvidas,
guardadas desde sua derrota para Lindberg Farias e Crivela para o Senado em
2010 e gargalhadas cínicas, seu foco agora é o movimento à nível Nacional do
PMDB em neutralizar o PT em alguns Estados importantes para a conjuntura
eleitoral, já com horizonte em 2014, a exemplo do próprio Estado do Rio de
Janeiro.
Uma caravana peemedebista promete
visitar a Presidente Dilma (PT) para lhe CHANTAGEAR ( uso essa palavra, pois
não encontro outra que defina essa atitude). Ou a Presidenta puxa a coleira e
corta as asas das grandes lideranças que têm projetos de serem Governadores de
Estados, ou, o PMDB ameaça um racha nas fileiras governistas, tirando seu apoio
e lançando carreira solo rumo a cadeira presidencial.
Do que o PMDB tanto reclama? Já
tem a Vice-presidência, vários ministérios (mais do que o próprio PT), as presidências
da Câmara Federal e do Senado, o que mais eles querem?
Caso a companheira Dilma se renda
a tais exigências, pode-se repetir o o cenário eleitoral que os petistas e (ex-petistas) conhecem muito
bem: A famosa intervenção de 1998.
Para os mais jovens (tanto de PT
quanto de existência), o cenário de 1998 foi o seguinte: O PT carioca elegeu de
forma democrática o fundador do partido
e histórico ativista político Vladimir Palmeira para concorrer o governo do
Estado. O PT nacional, na época, namorava a possibilidade do apoio de Leonel Brizola
(PDT) ao Lula (PT) para a presidência. O namoro não foi fácil. Como “dote”,
Brizola exigiu que o PT fluminense apoiasse seu rebento político Antony
Garotinho. O PT nacional, cedendo ao pedido, ajoelhou-se diante de seu
pretendente, com o PT do estado do Rio de Janeiro numa caixinha onde deveria conter
um belo par de alianças. O que nem o PT de Lula, nem o PDT de Brizola poderiam
imaginar, é que o fruto dessa união pudesse ser tão podre.
O filho revoltou-se contra seus
criadores. Ingênuos, criaram um monstro, tal como deus criou lúcifer e acabou por
alimentar seu próprio inimigo. Uma reviravolta, onde, dessa vez, o dragão
jogara todo seu peso e chamas contra São Jorge e seu belo cavalo branco.
Dilma e o PT nacional correm o
mesmo risco. O PMDB exige apoio do PT para se fortalecer contra o próprio PT,
enfraquecendo o partido de Lula e Dilma. Após alimentado, o PMDB quer devorar a
mão que o alimentou. Vale apena ver de novo? A história nos mostra nossos erros
para que não voltemos a cometê-los. Mais um “Dejavu” promete afirmar a
ciclicidade da política nacional. Como
dizia nossa Beth Carvalho: “ Você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a
mão...”.
Emerson Torres – Graduando em
História, 2º período, FEUDUC.