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segunda-feira, 13 de julho de 2015

DEBATE “ÁGUA NA METRÓPOLE”: A HISTÓRIA DO ACESSO E DO USO DA ÁGUA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO



      Aos dezenove dias  do mês de junho de dois mil e quinze, foi realizado nas dependências da FEUDUC (apesar de contratempos organizacionais), o Debate “Água na Metrópole”: A História do Acesso e do uso da Água na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como palestrante o Doutorando em História Econômica da USP, o  Historiador Ambiental Gilmar Machado de Almeida.
         O convidado é um pesquisador das origens hídricas no Estado do Rio de Janeiro. Apresenta o quadro histórico da domesticação da água na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, compara com as mais diversas civilizações que precisaram domar a água para seu uso, tanto para suas culturas quanto para uso doméstico. Historicamente, o homem sempre se viu na necessidade de se domesticar o meio ambiente, fez isso com alguns animais, plantas (agricultura) e com a água, desenvolvendo meios tanto de consumo quanto uma logística de captação e distribuição.
       Desde sua graduação já pesquisava sobre o uso da água no Rio de Janeiro, inicialmente, desde o período da colônia (em sua graduação), no período de 1850 a 1889 no mestrado, e agora no doutorado, faz um recorte temporal entre 1889 e 1834, quando, em 1834 que é criado o primeiro código do uso de água no Brasil, o chamado “Código da Água”.
         O tipo e forma de como essa água chegavam ao consumidor final evoluiu com o passar dos anos. No início, ainda no período colonial, se explorava a mão-de-obra escava, tanto de índios e posteriormente dos africanos,  através de rios e poços, a partir de 1724 é construído o sistema de chafarizes. O primeiro sistema de abastecimento de água do Rio era um reservatório no morro do Corcovado, onde a água descia por gravidade através dos hoje conhecidos como Arcos da Lapa, e chegava ao chafariz no Largo da Carioca, isso se deu até a década de 30. A instalação de hidrômetros em 1898 marca a cobrança oficial da água.
Abaixo, como está hoje organizado o sistema de captação e distribuição de água atualmente.


Estação de tratamento Guandu-RJ


         O uso da água em nosso cotidiano é do mais variado: doméstico, industrial, sagrado etc. A partir da segunda revolução industrial, o recurso hídrico torna-se ainda mais importante na produção industrial, por exemplo, para cada litro de gasolina, utiliza-se 11 litros de água. A água está presente em nosso planeta desde muito antes da chegada do homem, mas é exatamente essa intervenção humana em seu manejo que prejudica a parte terrestre do seu ciclo.
     




    
        A crise hídrica é passada pelos meios de comunicação e legitimada pelo poder público ( o que lhe isenta de ingerência) como que apenas a natureza (falta de chuvas) e o uso doméstico (desperdício / uso inconsciente e irresponsável) seriam suas principais causas, onde, na verdade, o consumo doméstico é onde se menos recebe água. A falta d’água é constantemente explorada como plataforma político eleitoreira. Outra questão, é a transposição do Rio São Francisco  que beneficiaria mais o setor industrial e agrícola do que o consumo doméstico propriamente dito.
      A empresa que administra a distribuição de água no estado do Rio de Janeiro é a CEDAE, no entanto, ela própria desconhece o real tamanho desse sistema de abastecimento, já que pouco se produziu de conhecimento da rede e de toda sua infraestrutura.
          Revela que existe o paradigma da água, onde ela é classificada como pura,
 tratada ou reutilizada.

      “Quem trabalha e mata a fome, não come o pão de ninguém, mas quem ganha mais do que come, sempre come o pão de alguém” – Personagem Tião Galinha, interpretado pelo ator Osmar Prado na novela Renascer (1993). Trazendo essa frase para nosso tema, ficaria assim: “Quem trabalha e mata a sede, não bebe a água de ninguém, mas quem ganha mais do que consome, sempre bebe a água de alguém”. Para ilustrar essa frase, é mostrada uma foto com três placas, duas sobre a implementação da empresa Nestlé, no Tinguá, e, logo ao lado, uma placa de “vende-se”, oferecendo um sítio logo ao lado do empreendimento comercial que ficara sem água.





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